Memórias
Nesta área são apresentados alguns trechos de relatos reais, de diferentes fontes, sobre algum tipo de violência contra as vítimas.
"O desleixo de Vaninha depois do casamento era motivo de comentários daqueles que a viram crescer. 'Ela, sempre vaidosa, começou a se vestir igual a uma velha', relata Polliane. A mudança aconteceu ainda no início, quando Vaninha abandonou o figurino usual – shorts e blusinhas – para usar apenas 'roupas de casa'. No entanto, ela própria nunca afirmou aos familiares que essa era uma imposição do marido."
"O ex-marido também monitorava as mensagens que Alice trocava com amigos nas redes sociais. Ela excluiu e bloqueou vários pessoas de seu círculo de amizades a mando dele. Algumas, ela não recuperou até hoje. 'Eu tinha meus amigos. Eu perdi contato com todos, porque eu não podia ter contato com meu passado, porque eu era uma nova mulher. Amigos homens? Nem pensar. E minhas amigas também. Todas elas, ele botou algum defeito'. A partir de certo ponto, nem com os pais e a irmã ela podia se relacionar."
“'Eu queria tanto que desse certo, que eu ceguei para tudo. Aí, começou aquela fase de que as roupas que eu vestia não eram adequadas. Parei de usar brinco. Batom vermelho era coisa de vagabunda. Pintar a unha de vermelho, então… Nossa! Era o fim do mundo. Mas ele sempre dizia assim: ‘Eu tô te ensinando a ser uma mulher de verdade’. E eu queria ser uma mulher de verdade', conta Alice".
"Depois de uma discussão, Luciana deixou o ex falando sozinho e subiu para o apartamento dela. Como não quis deixar o vigilante subir, Alan quebrou toda a vidraça da portaria que dava acesso à casa da servidora. A confusão assustou os demais moradores do bloco localizado no Sudoeste. 'Eu pensei que fosse assalto, pois ele estava quebrando tudo', disse uma vizinha que não quis se identificar."
“'Ela ligou antes para ter certeza de que o marido não estava em casa. Mas quando estávamos lá, ele chegou. Percebi que ela ficou com medo de ele reclamar'. Mas Ranulfo foi simpático e só disse que, se fosse por ele, não teria coberto a varanda. 'Na frente dos outros, era assim, um gentleman'”.
Fonte: https://www.metropoles.com/materias-especiais/diva-maria-nem-uma-avo-esta-a-salvo-do-feminicidio
"Marco também tinha o costume de chamá-la de apelidos ofensivos, tanto no ambiente doméstico, quanto em público. O assunto ainda dói em Alice, tanto que ela preferiu não citar exemplos dessa violência. 'Eu não gostava. Daí, o que eu fazia, eu pedia para ele: ‘pelo menos não me chama assim na frente dos outros. Se quer me chamar assim, me chama em casa’. Mesmo assim, volta e meia ele deixava escapar', relembra."
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